Figuras do Presépio invadem Monsaraz!

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Presépio gigante de rua, com figuras em tamanho real, regressa sexta-feira a Monsaraz. Pelas 11 da manhã, nas Portas da Vila, o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz abre a festa com os seus Cantos de Natal. As Figuras do Presépio tomam conta de Monsaraz. E até aos Reis, a vila medieval é delas! Delas (de quantos a habitam e gostam!) e dos muitos milhares que vão passar por lá para ver Natal dentro de muralhas com vistas d'Alqueva Espraia-se pelas ruas da vila até ao Largo do Castelo. Aí ficará o conjunto principal: A Virgem, São José e o Menino Jesus. As outras figuras (ao todo são 48) distribuem-se pelas ruas da vila. Em tamanho natural, estruturas de ferro e rede, cobertas por panos de cor crua, pintadas em tons pastel, rosa velho e lilases. Caras e mãos feitas em cerâmica. Por lá vão estar os Reis Magos, o pastor, os guardas do castelo, o oleiro, o almocreve, a lavadeira e a fiadeira. E muito mais! Tudo impermeabilizado e tratado para aguentar a chuva. À noi

Ele há gente muito burra!!!

  • Vierem de barco? Agora já há avião...
Ou... a burrice daqueles continentais que tinham preferido viajar das Lajes, na ilha das Flores, para o Corvo na Lancha de Mestre Augusto...
Ainda por cima... a culpa era minha! Porque eu é que tinha convidado 20 companheiros da Comunicação Social para aquela incursão por diversas ilhas dos Açores.

Em vez de um rápido saltinho de avião de uma ilha para a outra, a opção de tactear os recortes da ilha das Flores com Mestre Augusto ao leme, na contemplação de baías e falésias. E depois, quando quase circundada a ilha se atreveram a mar largo e fundo, escolta de golfinhos até ao Corvo!!!

O reboliço era total, com fotógrafos e operadores de imagem correndo de uma borda à outra do convés à cata do melhor ângulo, da melhor vista: Das ilhas, do mar, do céu lindíssimo que estava e... daquele ajuntamento de golfinhos cabriolando em redor da embarcação.
Nesta excitação toda... a viagem esgotou-se num instante - já estava o Corvo à vista e iniciava-se a manobra de aproximação.





• Saída das Lajes das Flores:
A Lancha encosta
no cais do Corvo.
Mestre Augusto
dirige a amarração.



Ainda mal o pé em terra e veio o tal comentário disparado do grupo de corvinos que, em cima do cais, espreitava a cambada de doidos do continente com manias de navegação de lancha... Agora que já havia avião!!!

Foram dias inesquecíveis.
Os jornalistas tiveram de ficar espalhados por diversas casas da ilha... que a pequena pensão não tinha capacidade para tão súbita procura. Houve quem fosse para casa do carteiro, para casa do médico...
Eu, como organizador do Passeio, fiquei na pensão. E lá tive de compartilhar o quarto com o José Quitério, do Expresso.

Quer-me parecer que nenhum de quantos viveram essa aventura a irá esquecer. E quando chegou o Serão Corvino e as vozes se encontraram com as violas descobrimos, que a Saudade (que já ouvíramos cantada noutras ilhas, e aqui recordamos à moda de São Jorge) ganha ambiências e sentidos quase cortantes no Corvo.

• Mulher com ilha em fundo...


Daí a uns anos regressaria para experimentar a emoção de uma emissão de rádio em directo para a Antena 1 - a minha Feira Franca - a partir da mais pequena parcela de terra habitada dos Açores.
Na altura - ainda não tinham chegado os telefones de satélite - uma proeza de telecomunicações apenas possível pelo empenho dos homens da Portugal Telecom e dos meus companheiros da RDP Açores.
Quem se deve recordar disso é o Nuno Ferreira (o do Portugal a Pé) que levei comigo à boleia.





• Nada como um fotógrafo
para estorvar
a amena cavaqueira
de um fim de tarde...




Tempos em que ainda me era permitido trabalhar na Rádio Pública e eu ainda não tinha sido despedido.
Um dia destes conto também isso. Aguardem!

• Imagens do Passeio de Jornalistas no Corvo, 1993
Fotos: Antunes Amor (direitos reservados).
Clique sobre elas para ampliar.

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