Figuras do Presépio invadem Monsaraz!

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Presépio gigante de rua, com figuras em tamanho real, regressa sexta-feira a Monsaraz. Pelas 11 da manhã, nas Portas da Vila, o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz abre a festa com os seus Cantos de Natal. As Figuras do Presépio tomam conta de Monsaraz. E até aos Reis, a vila medieval é delas! Delas (de quantos a habitam e gostam!) e dos muitos milhares que vão passar por lá para ver Natal dentro de muralhas com vistas d'Alqueva Espraia-se pelas ruas da vila até ao Largo do Castelo. Aí ficará o conjunto principal: A Virgem, São José e o Menino Jesus. As outras figuras (ao todo são 48) distribuem-se pelas ruas da vila. Em tamanho natural, estruturas de ferro e rede, cobertas por panos de cor crua, pintadas em tons pastel, rosa velho e lilases. Caras e mãos feitas em cerâmica. Por lá vão estar os Reis Magos, o pastor, os guardas do castelo, o oleiro, o almocreve, a lavadeira e a fiadeira. E muito mais! Tudo impermeabilizado e tratado para aguentar a chuva. À noi

Um banho de sol, numa varanda com vistas do Açor!

Escorrem estas linhas num banho de sol, numa varanda que abre horizontes para a Serra do Açor. O azul do céu é velado aqui ou ali por laivos de nuvens brancas. Logo além, as macieiras, as figueiras, as laranjeiras os prados.

Mais desvanecidas as marcas do incêndio grande de há dois anos. O verde da vegetação foi pintando o negro de que a terra vestira. Ilusória melhoria, com as mimosas a invadirem terrenos onde se albergavam medronheiros, carvalhos, castanheiros, pinheiros... que o incêndio levou naqueles dias de receio e susto para os que ainda habitam esta margem do Alva a que a freguesia foi buscar nome: Penalva de Alva, Oliveira do Hospital.

Agora, um Inverno de seco e uma Primavera que não quase não trouxe água faz ressurgir todos os medos e receios.

Mas a força do renascer da natureza, depois de tempos de desolação, vem carregada de cheiros e sons que desafiam para aventuras de passeio e contemplação.

Apetece centrar vistas na encosta da Serra.


E os olhos trepam faldas e horizontes até às torres eólicas de que bordaram os cumes.

Cá de baixo, quase se conseguem percorrer num relance os caminhos e atalhos que se conhecem bem.

Passar para a outra margem do rio, subir à Aldeia das Dez, estacar de novo no miradouro e reencontrar as distâncias na paisagem.
Sou dos que acreditam que os caminhos servem para levar a algum lado...
E que, percorrê-los, é uma forma de quase ir chegando!

A manhã parece ter sido inventada para passear.
Com cautelas, com calmas e vagares.
Não tarda nada, vão aparecer umas bátegas de água e o sol esfumar-se por detrás de umas nuvens.

Mas o vento acabará por as levar para outras paragens. Depois de deixarem alguma água (pouca!) que tão precisa é...

Límpidas, cristalinas, as águas do Alva.
A merecerem aqueles barbos bem crescidos.
Fotografados cá do alto, da ponte de Penalva...

Quase como nas vossas vidas. Sempre a caminhar e à procura.
Sem olhar a aguaceiros, quase ignorando turbulências ou alterações de temperatura.
Na convicção de que a existência, na sua profundidade e complexidade, está muito para além do imediatamente visível e perceptível.
E por isso vale a pena!
• Fotos: Conceição Coelho

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