► Vício de passear paisagens, vontades, músicas, afectos, saudades... e tudo o mais de que se fazem as vidas! • Com PAÍS e ROSTOS para mergulhar e saborear, todas as enseadas e horizontes. Entre cores, sonhos, sabores e saberes! •
Presépio gigante de rua, com figuras em tamanho real, regressa sexta-feira a Monsaraz. Pelas 11 da manhã, nas Portas da Vila, o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz abre a festa com os seus Cantos de Natal. As Figuras do Presépio tomam conta de Monsaraz. E até aos Reis, a vila medieval é delas! Delas (de quantos a habitam e gostam!) e dos muitos milhares que vão passar por lá para ver Natal dentro de muralhas com vistas d'Alqueva Espraia-se pelas ruas da vila até ao Largo do Castelo. Aí ficará o conjunto principal: A Virgem, São José e o Menino Jesus. As outras figuras (ao todo são 48) distribuem-se pelas ruas da vila. Em tamanho natural, estruturas de ferro e rede, cobertas por panos de cor crua, pintadas em tons pastel, rosa velho e lilases. Caras e mãos feitas em cerâmica. Por lá vão estar os Reis Magos, o pastor, os guardas do castelo, o oleiro, o almocreve, a lavadeira e a fiadeira. E muito mais! Tudo impermeabilizado e tratado para aguentar a chuva. À noi...
A canção fala de uma rapariguinha que se apaixona por um revisor de eléctrico...
Os mais novos não saberão... Mas, nos eléctricos (e nos autocarros), existia um funcionário que - de mala à tiracolo e alicate na mão - cobrava os bilhetes aos passageiros. Com o alicate fazia um furo a marcar a estação da entrada, para poder controlar o percurso a que dava direito aquele (como agora se diz) título de transporte.
E, à força de tantos furinhos, acabaram corriqueiramente designados por pica bilhetes ou, de forma abreviada, os pica.
Nos tempos de hoje, o Pica acabou promovido a Revisor. O que sempre lhe concede um estatuto mais adequado ao apaixonamento da moçoila ansiosa por um eléctrico habitado pelo seu amor secreto.
O Pica do 7 faz parte do sexto álbum, de António Zambujo, Rua da Emenda. Tem letra de Miguel Araújo e contou com a participação especial da Banda de Música dos Empregados da Carris. Como não podia deixar de ser...!
De manhã cedinho
Eu salto do ninho e vou pra paragem
De bandolete à espera do sete
mas não pela viagem
Eu bem que não queria
mas um certo dia vi-o passar
E o meu peito céptico
por um pica de eléctrico voltou a sonhar
A cada repique
que soa do clique daquele alicate
Num modo frenético
o peito céptico toca a rebate
Se o trem descarrila o povo refila e eu fico num sino
pois um mero trajecto no meu caso concreto é já o destino
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira
desta vida vão
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
Que triste fadário e que itinerário tão infeliz
Cruzar meu horário com o de um funcionário de um trem da carris
Se eu lhe perguntasse
se tem livre passe pró peito de alguém
Vá-se lá saber talvez eu lhe oblitere o peito também
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vão
Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá
Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me salta da mão
Pois na carreira desta vida vão
Mas nada me dá a pica que o pica do sete me dá
No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe. Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos. Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais. Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras duras, mãe, e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura. Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos. Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe! Olha – queres ouvir-me? – às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda ouço a tua voz: Era uma vez uma princesa No meio de um laranjal... Mas – tu sabes – a noite é enorme, e todo o meu corpo ...
Com letra de Pedro Ayres Magalhães e música dos Madredeus , O Pastor é um dos dos temas mais conhecidos do 2º disco do grupo: Existir , editado em 1990. As sonoridades da música tradicional misturavam-se com a música clássica. O resultado final teve efeitos quase imediatos nos quatro cantos do mundo e os Madredeus afirmaram-se como a banda portuguesa de êxito mundial. • Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica) • Rodrigo Leão (teclados) • Francisco Ribeiro (violoncelo) falecido em Setembro de 2010 • Gabriel Gomes (acordeão) • Teresa Salgueiro (voz) • Ai que ninguém volta ao que já deixou ninguém larga a grande roda ninguém sabe onde é que andou Ai que ninguém lembra nem o que sonhou (e)aquele menino canta a cantiga do pastor Ao largo ainda arde a barca da fantasia e o meu sonho acaba tarde deixa a alma de vigia Ao largo ainda arde a barca da fantasia e o meu sonho acaba tarde acordar é que eu não queria Dos M adredeus , assista também: Haja o ...
António Cardoso Pinto diz "Beijos", o poema de Mário de Sá-Carneiro • OBRA POÉTICA DE MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO, Europa América, 1996 «Beijar!» linda palavra!… Um verbo regular Que é muito irregular Nos tempos e nos modos… Conheço tanto beijo e tão dif’rentes todos!… Um beijo pode ser amor ou amizade Ou mera cortesia, E muita vez até, dizê-lo é crueldade É só hipocrisia. O doce beijo de mãe É o mais nobre dos beijos, Não é beijo de desejos, Valor maior ele tem: É o beijo cuja fragrância Nos faz secar na infância Muita lágrima… feliz; Na vida esse beijo puro É o refúgio seguro Onde é feliz o infeliz. Entre as damas o beijo é praxe estab’lecida, Cumprimento banal – ridículos da vida! –:(Imitando o encontro de 2 senhoras na rua) – Como passou, está bem? (Um beijo.) O seu marido? (Mais beijos.) – De saúde. E o seu, Dona Mafalda? – Agora menos mal. Faz um calor que escalda, Não acha? – Ai Jesus! que tempo aborrecido!… Beijos dados assim, já um poe...
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